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- Publicado: Segunda, 23 Setembro 2019 às 21:00 h
Instituição encaminhada pelo Centro POP no dia 09/05/2019.
Como todos os encaminhamentos, observamos desde o inicio que não seria mais uma residente e sim um trabalho que deveríamos fazer para contatar a família, ou seja, o pai, o irmão materno e avós paternos.
O encaminhamento originou-se porque o CREAS foi notificado de que Aline estava morando com a avó materna Aparecida - 71 anos e a Bisavó materna Lazara- 93 anos, sendo a encaminhada portadora de diabetes, sem nenhum controle da saúde e que todas viviam precariamente desde que a mãe da Aline faleceu, isto por volta de 3 (três) anos atrás, momento em que o seu irmão de 16 anos foi morar com as irmãs por parte de pai.
Aline ficou totalmente desamparada após o falecimento da mãe, e tendo que cuidar de suas avós.
Ao chegara casa,incialmente foram realizados os cuidados em relação a saúde e encaminhamentos que estavam pendentes, como tratamento clinico, psicológico e psiquiátrico entre outros. A única medicação que chegou com ela era a insulina injetável para ser ministrada (três) vezes ao dia e “Tramol” quando estivesse com dor. Ela estava muito descompensada e por inúmeras vezes foi acionado o SAMU, onde foi acompanhada até a UPA.
Iniciamos os atendimentos e procedimentos para os contatos e informações em relação à família.Foi localizado um primo – Raul, residente em Bariri – SP.
Raul relatou que devido à inúmeras internações de Aline, as idosas ficavam a mercê sem apoio necessário como: alimentação adequada, medicação, acompanhamento médico, limpeza na residência, bem como atrasos em contas de água, luz, telefone. Mediante tal situação Raul levou Dona Lazara para residir com ele e sua esposa. Após um segundo retorno foi detectado a necessidade de levar a outra idosa Sra. Aparecida, pois não se sabia do paradeiro de Aline, que posteriormente foi esclarecido que estava internada.
Após autorização da Promotoria de Justiça do Idoso, Raul levou as duas idosas para morar em sua residência em Bariri-SP para que as condições de saúde de ambas pudessem ter uma melhora. Para ajudar nas despesas foi autorizado o fechamento da casa para locação e os valores serem revertidos para custear as despesas com alimentação, medicamentos e cuidadora para as idosas.
Aline ao retornar para casa, após alta hospitalar, não encontrou ninguém e a casa estava fechada. Ao deparar-se em situação de abandono procurou a ajuda junto aos CREAS que a encaminhou para dormir no Albergue e no dia seguinte chegando aos nossos cuidados.
A permanência na casa foi de grande aprendizado, tanto para a acolhida como para a Instituição. Proporcionar o reencontro com seu pai, que há mais de 13 anos não sabia da filha, resultado de opções dos familiares maternos e que só recebia a pensão mensal, único vínculo com seu pai.
Robson, pai de Aline, ao ser contado e tomar conhecimento de todo o ocorrido, imediatamente veio ao encontro de sua filha que ambos foram afastados e não puderam conviver.
Hoje Aline e Robson estão residindo em Santos e iniciando uma nova oportunidade de vínculo e convívio familiar.
A incansável tarefa de resgatar vínculos, uma das missões desta Instituição, chega a mais um final gratificante em 06 de agosto de 2019.
Escrito por Rozineia Aparecida Nunes da Silva
Coordenadora Casa Mais Vida Santo André