Nosso Trabalho

O IMA assumiu em março deste ano outro grande e empolgante desafio, que é montar o programa de Residência Inclusiva. Casas destinadas a jovens e adultos com deficiência e em situação de dependência, que não disponham de condições de se manter ou sem retaguarda familiar. A Residência Inclusiva é um serviço de acolhimento do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), organizada em pequenos grupos de até 10 pessoas por residência, cuja acolhida e convivência promove o desenvolvimento de capacidades de adaptação à vida diária, com o máximo de autonomia e participação social.
 
Não é um trabalho isolado, mas realizado em articulação com os demais serviços da rede de proteção, para garantir a inclusão social dos residentes. Devem ser instaladas em casas adaptadas, com estrutura física adequada, localizadas em áreas residenciais na comunidade. Como o nome sugere, Residência Inclusiva indica a ideia de romper com a prática do isolamento de pessoas com deficiência.
 
No princípio, foi uma casa em São Bernardo do Campo, que agora já está na segunda unidade, destinada a adultos; desde agosto, uma em Santo André, destinada aos jovens. Nossa adesão se deu por vários motivos, mas dois prioritários: primeiro por ser um trabalho muito parecido com nosso trabalho na Casa Mais Vida, que, aliás, acabou dando também nome a esse novo programa; em segundo lugar, pela existência de mais de 45 milhões de pessoas com deficiência no Brasil, sendo que deste total pelo menos 6,7% apresentam algum tipo de dependência, de acordo com os dados IBGE - Censo 2010.
 
Buscamos com esse programa ofertar de forma qualificada a proteção integral dos jovens e adultos com deficiência e em situação de dependência; promover a inclusão na vida comunitária e social, contribuir para a interação e superação de barreiras que a vida estabelece; auxiliar na construção progressiva da autonomia, independência e protagonismo no desenvolvimento das atividades da vida diária; preservar a identidade e a história de vida em um espaço com padrões de qualidade, acessibilidade, segurança e conforto; oferecer alimentação em padrões adequados e adaptados a necessidades específicas; mobilizar os serviços de saúde local; buscar acesso a benefícios e programas; assegurar o convívio familiar, comunitário e/ou social; apresentar vivências com respeito, fundamentadas em princípios éticos de justiça e cidadania; dar acesso a atividades; respeitar os direitos de opinião e decisão; garantir espaços próprios e personalizados para que possam ser ouvidos e expressar necessidades, interesses e possibilidades e ainda desenvolver capacidades para construir projetos de vida e alcançar a autonomia.
 
Enfim, prepará-los para o desligamento do serviço, para que tenham vida social e independente na família.
 
Estamos aprendendo bastante com esse programa, já temos vários deles que ingressaram no mundo do trabalho, coisa difícil pra qualquer pessoa nos tempos de hoje e que tem sido de grande importância para eles. Não tínhamos a ideia de que seria o trabalho mais fácil que realizamos, já que é um trabalho bastante desafiador, complexo e cheio de intercorrências e cuidados, mas sabíamos que traria muitas alegrias e surpresas.
 
A convivência com esse público eleva muito nossas relações, aumenta nossa determinação diante da vida e nos prepara como pessoas melhores para o mundo.

Escrito por Roberto de Andrade Júnior

Coordenador Geral

Roberto de Andrade Júnior

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