Cidadania e Inserção Social
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- Publicado: Quarta, 30 Novembro 2016 às 22:00 h
As pessoas com doenças incapacitantes, com evolução controlável, que impossibilitam a prática de esporte e trabalho e afetam as articulações, assim como pessoas portadoras de deficiência com dificuldades de mobilidades, são vítimas destes momentos recessivos na economia do país. Cortes de gastos tornam precário o atendimento na área da saúde, a infraestrutura hospitalar, os medicamentos e até os auxílios-doença e aposentadorias por invalidez. Impactam também os que possuem doenças crônicas e necessitam de infusão e quimioterapia com medicamentos de altíssimo custo, porém, estes são medicados com certo respaldo pelo SUS.
Apesar de os meios de comunicação divulgarem a prática de esporte por pessoas com deficiência, apresentando graus elevadíssimos de habilidades em seus respectivos esportes, a realidade é que parte dos pacientes não conseguem lavar o rosto ao despertar, devido à rigidez em suas articulações, ou mesmo se levantar de sua cama.
Um fator importante é a inclusão escolar da criança com deficiência visual, auditiva, física ou intelectual, pois por não ler, escrever ou ter dificuldades na fala e socialização, fica difícil compreender as suas necessidades. Por vezes, o professor sozinho em sala não consegue trabalhar estes pontos, se limitando a deixá-las sentadas na sala sem atividades apropriadas. A criança possui capacidade de aprender, mas necessita de apoio especializado e estímulo para que consiga realizar as atividades ou tomar decisões sozinha. Por isso é essencial sua sociabilização para o seu desenvolvimento intelectual e mobilidade.
Na vida adulta, a utilização da força de trabalho é de suma importância para o deficiente, pois traz um significado de pertencimento ao meio e de confiança em sua reabilitação, tanto física como psicológica. No entanto, essa inclusão gera a necessidade de adequar todo o ambiente de trabalho e manter a acessibilidade das pessoas para que não fiquem marginalizadas. Neste ponto, há leis que estabelecem que a empresa devem prover estrutura para tal oportunidade de trabalho.
Já os aposentados por invalidez por incapacidade física ou psicológica, de acordo com as leis e regras previdenciárias, recebem um salário pífio de aposentadoria. No decorrer do tempo, os direitos proporcionados pelo Estado foram estendidos às pessoas com deficiências ou mobilidade reduzida. Porém, diante da contenção de gastos públicos é possível que estes benefícios sejam cortados em detrimento de pessoas sadias. É preciso priorizar as pessoas mais necessitadas de cuidados especiais para que tenham livre acesso a todos os fins necessários para obter uma socialização digna.
Escrito por Humai Tadeu Spada
Conselheiro do COMPED São Caetano