Cidadania e Inserção Social

A importância dos direitos humanos na atualidade

Alo você minhas queridas e meus mais ou menos queridos, estou aqui para refletir com vocês um assunto de grande importância na vida da sociedade. Porém acho triste necessitarmos falar e lutar por direitos humanos quando isso deveria ser inerente a todo e qualquer ser humano e a sociedade na qual ele vive, assim como o ar que respiramos. Na história da humanidade, que às vezes é tão desumana, a busca por direitos humanos, foi, é, e sempre será uma busca interminável do violado necessitando lutar por seus direitos diante de violadores que se acham no “direito de ter mais direitos” que outros.

Vamos entender Direitos Humanos como um conjunto de condições e de possibilidades naturais à dignidade humana. É a capacidade natural de cada pessoa poder valer-se de direitos como resultado da organização social, oferecendo aos povos uma base concreta para a legitimação de suas demandas por leis e justiça que os garanta, os direitos que tem como titular não só o indivíduo, mas grupos humanos como a família, o povo, a nação, a coletividade regional ou étnica e a própria humanidade. É a esse conjunto que vamos entender como direitos humanos.

Analisando a história, vemos ciclos nos quais há momentos de maior ou de menor tolerância uns com os outros e com grupos diferentes, maior ou de menor tolerância com os direitos de outro grupo. Infelizmente vemos crescer a onda de grande intolerância ao diferente, pois o que é distinto incomoda a mediocridade. As minorias não têm direito de serem diferentes, e muitas vezes o “diferente” também não tolera o fato de outros não serem como eles.

Vivemos uma crescente onda de intolerância contra os ousados que insistem em ser diferentes, intolerância no trânsito, intolerância no futebol, na política, no trabalho, em casa e até na religião. Estamos perdendo a cabeça e a paciência por pouco, por nada. Vivemos o momento do cada um por si, do meu, quando muito do nosso grupo. Isso, porém, não constrói direito, constrói barreira.

Aliás mais que intolerância, foi criado um clima de ódio entre pessoas e grupos diferentes, pensar de outra maneira parece crime punido com a morte, usar uma camisa de cor ou distintivo é motivo de linchamento, acreditar em ideias de um ou outro partido é o suficiente para agressões desmedidas. A quem interessa esse clima de ódio? “Senhores donos do direito”, não use assim a vida de pessoas para seu benefício, pessoas pensem mais na vida como dom a ser respeitado e valorizado. Será que é tempo. “Que lhe falta pra perceber? Será que temos esse tempo pra perder? E quem quer saber? A vida é tão rara, tão rara” (Lenine)

Percebo que hoje em dia, em alguns casos, que direitos humanos tem menor importância que os direito canino, felino, etc...cachorro “chique” tem direito de andar em shopping, mas garotos(as) de periferia não, e se estiverem em grupo, então, vão ser vigiados bem de perto e com muito mais cuidado, isso se conseguirem entrar.

Quase todas as constituições deliberam por normas e leis “pra todos(as)” mas, na real, tem alguns poucos com muito mais direitos do que outros. Porque não temos filhos(as) da classe alta e média alta na FEBEM?(o termo real ainda é FEBEM, mesmo que tentem fantasiar de outro nome, como Fundação Casa. Por que, em geral, Conselho Tutelar só acolhe crianças e adolescentes pobres? Ou alguém conhece filho de rico acolhido? Será que transgressão a lei e motivos de acolhimentos só exista em uma classe social? Ou será que alguns têm direitos que outros ainda não têm?

Direitos humanos deve entender e tratar, sem distinção, pessoas de qualquer raça, não ter distinção pela cor de pele, sexo, orientação sexual, língua,  religião, opinião política, (ser azul, vermelho ou qualquer outra cor), origem nacional ou social, ter ou não propriedades, nascimento em outra condição, ser da zona sul ou zona leste, ou se é pobre ou rico, mas na prática não vejo isso ainda.

Essa realidade brasileira e quem sabe mundial não é novidade, não é fruto desses novos tempos, é traçada por uma história extremamente marcada pela exploração de grupos por outros grupos. Desde o surgimento da nação, pode-se perceber que as exploradas classes ditas inferiores sempre foram as principais fontes de renda do país. Triste isso.

Outra constatação da tristeza: a lei não é o mesmo que justiça. Infelizmente nem justiça e nem a lei são pra todos, elas são privilégios de poucos; e de poucos também é a luta pela concretização dos direitos humanos dos brasileiros.

Às vezes, penso que na prática o termo “direito” é coisa pra raros privilegiados, enquanto o termo “Direitos Humanos” é pra bandido. Não generalizando, mas você já percebeu que a classe média alta só se lembra de falar sobre direitos humanos quando é pra reclamar do bandido transgressor e perguntam perplexos “onde está a turma dos direitos humanos que não vê a família do vitimado, só o bandido??”

Já comentei que, muitas vezes, é melhor ser “dog” e poder passear de carrinho, como bebê no shopping? Nada contra os dogs, mas gente é diferente. Como disse Caetano “gente quer prosseguir, gente quer durar, quer crescer, gente quer luzir. Gente é pra brilhar, não pra morrer de fome”.

Cada conquista suada das ditas minorias diferentes tem vindo embalada por panelaços, apitaços e gritos de quem perdeu parte de seu direito de explorar a parcela minoritária diferente. Estou assistindo, assustado, o rumo que as coisas vêm tomando. Cuidado para quem conquistou alguma coisa, os “donos do direito”, muitas vezes, não sabem ler e nem enxergar o que não lhes convêm e em outros momentos decidirão contra o seu, o meu, o nosso direito se eles acharem melhor.

Cuidado, “senhores donos do direito”, aproveitem o curto tempo que lhes restam pois no Reino do Pai desconfio que não estarão. Afinal, o Deus dos pais e que é nosso Pai já avisou “Eu vi a opressão de meu povo, ouvi o grito de aflição diante dos opressores “donos do direito” e tomei conhecimento de seus sofrimentos. Desci para libertá-los das mãos dos “donos do direito” e fazê-los sair desse país para uma terra boa e espaçosa, terra onde corre leite e mel. Mas eu estenderei minha mão e castigarei o “dono do direito” com toda sorte de prodígios que farei no meio deles” (Ex3,8...20).

Cuidado, donos do direito, ouvi uma música esses dias que vale a pena apresentar aqui “Tanto faz se é Demóstenes ou Palocci. Tanto faz se é Bolsonaro ou se é Gabeira, você vai ter que responder pelo que faz. Você vai ter que responder pelo que diz. Bota a mão na consciência. O mundo tá atoladinho O mundo tá atoladinho na lama” (Zeca Baleiro em, Funk da lama).

Algumas vezes, escuto que é melhora tomar cuidado pois a Lei Áurea foi escrita a lápis. Na verdade, chego a pensar que ela nem foi assinada. E lembre-se de uma regra de ouro na vida e que ultrapassa a ideia religiosa e garante nossa existência de forma mais saudável e feliz, ” Não faça aos outros o que não quer que façam a você”.

Escrito por Roberto de Andrade Júnior

Coordenador Geral

Roberto de Andrade Júnior

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